A bem dizer sobra o emblema no Audi Q3. O SUV que vai chegar a Portugal no primeiro trimestre de 2019, é maior, mais espaçoso e versátil e tão diferente que pode falar-se de uma mudança radical na imagem. De um carro com algo de ensosso, como aquele que foi lançado em 2011, passamos para um automóvel personalizado, por fora e por dentro, e mesmo chamativo. Daqueles que não dispensam um olhar.

Audi da nova geração, o Q3 transmite agora a ideia de poder que lhe faltava. Desde logo pela dominadora grelha octogonal, com grandes dimensões e as barras verticais que carregam força e expressam a dimensão do SUV assumido. Agressivo e marcante! Esta imagem é transversal no estilo com pormenores bem conseguidos e distintivos, caso dos ombros vincados e “saídos” sobre os arcos das rodas traseiras, solução que reforça a largura e dá outra força ao carro. A traseira só podia ser de um Audi, formas suaves e arredondadas, mas é remate de elegância num conjunto de feição desportiva. As jantes, no mínimo com 17 polegadas (podem chegar às 20”!), trazem o complemento à medida, contribuindo para uma ligação perfeita ao solo. Tudo aspetos de uma “volta” bem dada para conseguir “outro” automóvel!

Grande mudança no Q3 que sai a ganhar em todos os aspetos e promete ser capaz de resultados ainda melhores. Maior e mais espaçoso, SUV assumido numa perspetiva mais desportiva, agressivo e ousado, tem ainda o espaço e a versatilidade que lhe faltavam. Resta saber quanto vai custar…

Maior quase 10 cm (9,7), mais largo 1,8 cm e mais baixo 5 mm, o Q3 revela proporções equilibradas e parece ter mais do que os seus 4,48 de comprimento. É o resultado do aumento da distância entre eixos (7,7 cm) possível pelo recurso à utilização da plataforma MQB, generalizada no Grupo VW, no fundo coração de toda uma mudança que valoriza muito a oferta do SUV compacto da Audi. Só tinha a ganhar – e ganhou!

Originalidade e qualidade no interior

No interior, a arquitetura do tablier, original e bem elaborada, constrói ambiente próprio de um premium virado à modernidade – a iluminação do habitáculo pode chegar a 30 cores! –  sem perder as caraterísticas que alimentam a diferença, classe e um toque de requinte, fruto também dos materiais utilizados. Não era de esperar outra coisa, mas há uma forma diferente de interpretar o rigor germânico.

Parece fácil gostar deste pequeno mundo que, em termos de informação, tem expressão única no mundo digital. Desde a versão base, nada há analógico no painel de instrumentos, o qual pode chegar, em opção, ao conhecido cockpit virtual com os seus três cenários de fundo. Resta o ecrã central, ligeiramente inclinado para o condutor, 10,1 polegadas, grande definição e residência do sistema MMI agora, como se generaliza na marca dos anéis, limitado aos comandos táteis. Vamos ter de nos habituar… O conteúdo varia consoante a oferta, naturalmente, mas abre as portas a um mundo alargado de funcionalidades cada vez menos exclusivo dos topo de gama. Haja capacidade para pagar navegação, hotspot wifi e praticamente todas as maravilhas do infoentretenimento!

Este é o pano de fundo de um habitáculo onde se experimente outra largueza, mesmo à frente. Atrás, onde o acesso é fácil, uma oferta melhorada no espaço que alimenta o conforto. Convincente, no mínimo – e melhor.

Banco traseiro regulável longitudinalmente

No capítulo da versatilidade, é nova a possibilidade de movimentar o banco traseiro longitudinalmente. São 15 cm que podem condicionar o conforto e potenciar a capacidade de carga, referencial em termos da oferta premium. A bagageira vai de um mínimo de 530 ou 675 litros e, prescindindo dos lugares traseiros, rebatível nas proporções 40x20x40, chega-se aos 1575 litros de capacidade.

Portão elétrico, fundo ajustável, plano de carga a altura razoável são pormenores que contribuem para uma versatilidade que também faltava no Q3, neste segunda geração, como se percebe, igualmente muito melhor nas aspetos práticos associáveis aos princípios de um SUV, visto além do estilo e do estatuto próprio do emblema reputado.

Disponível com tração dianteira e a inevitável oferta quattro, o Q3 vai contar, para já, com duas motorizações a gasolina e outras tantas a gasóleo, todas com turbo e injeção direta. Na base da oferta e só 4×2, o 1.5 TFSI a gasolina, que poderá ter 150 cv, gerido por uma caixa manual de seis velocidades ou a automática S Tronic de sete relações; haverá também um bloco 2.0 com 190 cv e apenas transmissão automática. A opção Diesel vai oferecer as mesmas potências a partir do conhecido 2.0 TDI, com a opção quattro e só caixa automática para o mais potente.

Grande diferença nas propostas diesel

Guiei as duas opções de 150 cv para confirmar a excelência do 1.5 TFSI, o tal que corta os cilindros e pode andar “à vela”, e impressiona a baixa rotação; não há milagres, apesar da generosidade dos 250 Nm de binário, mas ficou boa impressão. O Diesel, opção que ainda se espera a escolha preferida em Portugal, é imediatamente denunciado pelo ruído do motor e acusa o peso do Q3. Numa estrada de montanha, caixa manual, o computador de bordo marcou 7,3 litros aos 100, indicador para quem faz contas aos gastos em comustível (ainda não há valores homologados para consumos e emissões). A diferença para a motorização Diesel de 190 cv, que guiei numa versão quattro, é muito grande e permite outra facilidade de condução. Há mais disponibilidade do motor sem que isso arraste qualquer comportamento “pontudo”.

Em termos dinâmicos, o comportamento é típico de um Audi e de um SUV, notando-se ligeiro adornamento da carroçaria nas transferências de massas. Nada que impressione ou complique as coisas mesmo numa estrada muito exigente como aquela que a Audi escolheu, nos Dolomites do Tirol italiano.

O Q3 proporá três escolhas de suspensão em que há oferta base se junta uma proposta desportiva e outra adaptativa com amortecedores reguláveis. Não falta o conhecido sistema Select Drive, opcional, com seis modos de condução: auto, comfort, dynamic, efficiency, offroad e individual.

A propósito de offroad, o Q3 pode ter controlo de descida, tem 14 cm de distância ao solo, o ângulo de ataque é de 19 graus e o de saída de 14 graus.

Ainda não se pode falar de preços no mercado nacional nem estão definidos os pacotes de equipamento para a oferta. De todo o modo, serão de série os sistemas Audi pre-sense, com deteção de peões e ciclistas e travagem automática de emergência, bem como o sistema ativo de aviso de manutenção na faixa de rodagem, com correção da direção. As opções proporcionam tudo quanto pode exigir-se num premium ao nível do segmento. E é muito!

Enfim, grande mudança no Q3 que sai a ganhar em todos os aspetos e promete ser capaz de resultados ainda melhores. Maior e mais espaçoso, SUV assumido numa perspetiva mais desportiva, agressivo e ousado, tem ainda o espaço e a versatilidade que lhe faltavam. Resta saber quanto vai custar…