Toyota Yaris Cross até cresceu

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É uma bem conseguida evolução na procura da imagem SUV o trabalho da Toyota com o Yaris Cross. Nada de maquilhagem, a mesma plataforma, um produto distinto e personalizado, bem maior, mais largo e mais alto. E sobretudo com uma imagem de robustez assinalável. Guiei o 1.5 Hybrid com 116 cv, potência bastante, parece-me, para a maioria dos compradores. Só o preço, 33 195€ na versão de lançamento, extravasa as expetativas…

Feito na Europa, mercado de excelência para os SUV do segmento B, o Yaris Cross é um automóvel com boa presença e com linhas menos ousadas do que aquelas que têm marcado produtos recentes da marca, especialmente na dianteira.

Proporções equilibradas, apesar dos 24 cm a mais do que o Yaris, mais distante do solo (17 cm, mais 2,5 cm) não é daqueles SUV que parecem suspensos nas rodas, no caso jantes de 18 polegadas que sempre ajudam a reforçar a imagem.

No interior, a inspiração do Yaris, outro painel de instrumentos, a posição de condução mais elevada, um volante na medida certa (e com boa pega), bons bancos, um ambiente adequado e a costumada qualidade de construção e acabamento que até perdoa alguns materiais que, face ao conjunto, podia ter outro nível. Registo para o esforço de melhoria do sistema de infoentretenimento, que já conta com conetividade sem fios, mas ainda não ultrapassou as questões da rapidez e do cinzentismo da apresentação gráfica no ecrã tátil de nove polegadas.

B-SUVconvincente  este Toyota Yaris Cross que assume as diferenças estéticas com personalidade própria e sobriedade. A versão 1.5 Hybrid, com 116 cv, proporciona bons consumos. As prestações são normais, mas a dinâmica ajuda a tornar a condução muito agradável. Pena, o preço

Em termos de espaço, com a mesma distância entre eixos do Yaris, não surpreende mas também não compromete. E, por exemplo, atrás, o espaço para as pernas está dentro do razoável, ajuda a altura dos bancos dianteiros que permitem a fácil mobilidade dos pés e facilitam uma posição confortável.

A grande vantagem está na bagageira que ganha capacidade 390 litros (mais 104! do que o Yaris) e beneficia ainda de grande modularidade com a possibilidade de se jogar com as duas placas que cobrem o fundo falso, além, naturalmente, da exploração do rebatimento do banco traseiro (60×40).

Suspensão enrijecida não prejudica conforto

Falámos de conforto e importa referir que há outra taragem e curso nos  amortecedores, mas o facto é que esse enrijecimento não penaliza a comodidade do rolamento, tão pouco o balanceamento da carroçaria nas transferências de massas naturalmente mais sensíveis, mas nunca de molde a complicar a condução.

Neste capítulo, o Yaris Cross até deixa muito boa impressão, com uma frente muito bem mandada e comandada por uma direção muito equilibrada para um veículo deste tipo, no qual experimentamos aquela sensação de segurança que se regista sempre com agrado. No meu percurso habitual, portou-se com garbo e provou que até pode ser objeto para alguma diversão.

Verdade que as coisas só podem fazer-se depressa com este Yaris Cross Hybrid embalado. A solução que associa o três cilindros 1.5 de 92 cv e o motor elétrico de 80 cv e que vale a potência combinada de 116 cv não pode garantir muito nervo. A aceleração 0-100 em 11,2 segundos deixa perceber isso (170 km/h em velocidade de ponta, 130 em modo elétrico) e as recuperações, acrescento, estão na mesma linha de comportamento, com uma progressão calma na subida de rotações. Nem o recurso ao modo Power (o outro é o ECO) abrilhanta as coisas, embora se note ligeira diferença e, claro, também a musicalidade gerada pela caixa e-CVT, que, em condições normais, sobretudo em cidade, dá muito boa conta do recado e passa despercebida na gestão criteriosa daquilo que o motor precisa. A propósito de musicalidade, registe-se que a aerodinâmica não consegue evitar a interferência dos retrovisores e um leve silvo em autoestrada.

Eficiência comprovada do sistema híbrido

O sistema híbrido, esse continua ao nível da referência com a luz do modo elétrico a acender muitas vezes (até com o cruise control ligado!) e o indicador de carga da bateria sempre muito vivo, numa condução descansada mesmo em bom ritmo. Não é surpresa e o pioneirismo da Toyota nesta solução foi sempre mais do que isso – evolução constante.

Em matéria de consumos, a solução continua a não deixar os seus créditos por mãos alheias. Em ritmo de passeio, com duas pessoas a bordo o Yaris Cross consumiu 5,2 l/100, fez mais de um terço do percurso em modo elétrico e o computador de bordo assinalava que a condução tinha sido 67% eficaz. Em autoestrada, com o cruise control nos 120 km/h, o registo foi de 5,9 (64% de eficácia). A média final cifrou-se em 5,3. Tudo valores que temos de considerar bons!

B-SUV convincente  este Toyota Yaris Cross que assume as diferenças estéticas com personalidade própria e sobriedade. A versão 1.5 Hybrid, com cv 116 cv, proporciona bons consumos. As prestações são normais, mas a dinâmica ajuda a tornar a condução muito agradável. Pena, o preço.

Guiei uma versão Premier Edition, topo de gama que estará disponível até Setembro de 2022. Em termos de equipamento, fazem parte acesso mãos livres, botão de arranque, ar condicionado automático bizona, bancos dianteiros aquecidos e com ajuste lombar elétrico para o condutor, iluminação interior azul, head-up-display, volante multifunções, travão de parque elétrico, reconhecimento de sinais, cruise control adaptativo, deteção de ângulo morto e da aproximação traseira de veículos, sistema pré-colisão, alerta de saída de faixa, ecrã central com sistema de som JBL, conectividade sem fios, navegação, bluetooh, câmara de marcha atrás com guias, portão traseiro elétrico, máximos automáticos. A pintura é bicolor e as jantes exclusivas maquinadas e brilhantes de 18 polegadas.

FICHA TÉCNICA

Toyota Yaris Cross 1.5 Hybrid Premier Edition

Motor 1490 cc, três cilindros, injeção direta, ciclo Atkinson

Potência: 92 cv/5500 rpm

Binário máximo: 120 Nm/3800 rpm

Motor elétrico: síncrono magneto permanente (AC)

Potência: 80 cv

Binário: 141 Nm

Bateria: híbrida, iões de lítio (0,5 kWh)

Potência combinada: 116 cv

Transmissão: caixa e-CVT

Aceleração 0-100: 11,2 segundos

Velocidade máxima: 170 km/h (130 km/h em modo elétrico)

Consumo: média – 4,5 l/100 km (WLTP)

Emissões CO2: 101/113 g/km (WLTP)

Dimensões: (c/l/a) 4172/1765/1560 mm

Peso: 1150 kg

Bagageira: 390/1097 litros

Preço: 33 195€, Premier Edition; desde 24 795€; versão a gasolina a partir de 22 595€