Combinação de cores única realça as pequenas diferenças (Foto Toyota Media)

Alterações na grelha inferior trazem outra agressividade (Foto Toyota Media)

Na traseira foi aplicado novo difusor (Foto Toyota Media)

Acabamento e qualidade sempre em destaque no interior (Foto Toyota Media)

Volante e botão de ignição com logo GR Sport (Foto Toyota Media)

Bancos desportivos específicos com pesponto vermelho (Foto Toyota Media)

A mesma razoável habitabilidade no banco traseiro (Foto Toyota Media)

Mala com 390 litros de capacidade (Foto Toyota Media)

Proteção plástica acentua imagem SUV (Foto Toyota Media)

Jantes em liga maquinadas de 18 polegadas dão peso à imagem (Foto Toyota Media)

Um símbolo para toda a gama do construtor (Foto Toyota Media)

É a receita habitual, um retoque para justificar a designação GR Sport, em mais um modelo da alargada gama Toyota. Agora foi o bem sucedido Yaris Cross e a receita assenta-lhe bem, mesmo que importante seja tudo o mais que faz deste SUV híbrido uma proposta muito interessante. Custa 33 280€, um preço que não convence todos…

Suspensão alterada, direção influenciada por isso, outras jantes e pneus, o normal para proporcionar um “feeling” diferente na condução, não muito é verdade, mas o suficiente para explorar, se necessário, temperamento mais “picante”. E depois os logos GR Sport, no fundo para deixarem transparecer a personalidade de quem está ao volante… Pelo menos, a imagem.

Daí, também, grelhas diferenciadas à frente e atrás, novo difusor traseiro, jantes maquinadas de 18 polegadas e apenas uma combinação de cores cinza dinâmico com o negro associado ao tejadilho night sky. No interior pontificam os bancos desportivos em alcantara, pespontados a vermelho, com logos GR nos recostos de cabeça dianteiros,  no volante e no botão da ignição, enfim pedaleira exclusiva.

Gostos valem o que valem, mas a convicção resulta e parece-me daquelas escolhas consensuais, também porque a dimensão das jantes empresta outro “peso” ao Yaris Cross, conseguida evolução na procura da imagem SUV sobre a mesma plataforma do dois volumes mas bem maior e mais alto. E sobretudo com uma imagem de robustez assinalável. A motorização é o mesmo três cilindros 1.5 Hybrid com 116 cv, potência bastante, parece-me, para a maioria dos compradores, ainda que dissonante da designação GR Sport. Mas é uma opção que não é exclusivo da Toyota…

Imagem muito personalizada

Proporções equilibradas, apesar dos 24 cm a mais do que o Yaris, mais distante do solo (17 cm, mais 2,5 cm) não é daqueles SUV que parecem suspensos nas rodas, no caso jantes de 18 polegadas que sempre ajudam a reforçar a imagem.

Um perfil que deixa vincado o equilíbrio de formas de um B-SUV muito bem recebido pelo mercado (Foto Toyota Media)

No interior, a inspiração do Yaris, outro painel de instrumentos, a posição de condução mais elevada, um ambiente adequado e a costumada qualidade de construção e acabamento que até perdoa alguns materiais que, face ao conjunto, podiam ter outro nível. Registo para o esforço de melhoria do sistema de infoentretenimento, que já conta com conetividade sem fios, mas ainda não ultrapassou as questões da rapidez e do cinzentismo da apresentação gráfica no ecrã tátil de nove polegadas.

A imagem do Toyota Yaris Cross ganhou força rapidamente e agora junta a quanto de positivo se sabia do seu motor, economia, comportamento e qualidade habitual uma versão com uma imagem GR Sport um nadinha mais desportiva. Sempre bem equipado, só o preço merece discussão.

Em termos de espaço, com a mesma distância entre eixos do Yaris, não surpreende mas também não compromete. E, por exemplo, atrás, o espaço para as pernas está dentro do razoável,  ajuda a altura dos bancos dianteiros que permitem a fácil mobilidade dos pés e facilitam a encontrar posição confortável.

A grande vantagem está na bagageira que ganha capacidade 390 litros (mais 104! do que o Yaris) e beneficia ainda de grande modularidade com a possibilidade de se jogar com as duas placas que cobrem o fundo falso, além, naturalmente, da exploração do rebatimento do banco traseiro (60×40).

Falámos de conforto e importa referir que há outra taragem e curso nos amortecedores, mas o facto é que esse enrijecimento, agora até reafinado não penaliza a comodidade do rolamento, tão pouco o balanceamento da carroçaria nas transferências de massas, nunca de molde a complicar a condução.

Condução agradável e comportamento que inspira segurança

Neste capítulo, o Yaris Cross GR Sport até deixa muito boa impressão, com uma frente muito bem mandada e comandada por uma direção agora mais direta para um veículo deste tipo e no qual experimentamos aquela sensação de segurança que se regista sempre com agrado. No percurso que sempre repito, portou-se com garbo e provou que até pode ser objeto para alguma diversão.

Verdade que as coisas só podem fazer-se depressa com este Yaris Cross Hybrid embalado. A solução que combina o três cilindros 1.5 de 90 cv e o motor elétrico de 80 cv e que vale a potência combinada de 116 cv não pode assegurar muito nervo. A aceleração 0-100 em 11,2 segundos deixa perceber isso (172 km/h em velocidade de ponta – 130 em modo elétrico) e as recuperações, acrescento, estão na mesma linha de comportamento, com uma progressão calma na subida de rotações. Nem o recurso ao modo Power (o outro é o ECO) abrilhanta as coisas, embora se note ligeira diferença e, claro, também a musicalidade gerada pela caixa e-CVT, que, em condição normal, sobretudo em cidade, dá muito boa conta do recado e passa despercebida na gestão criteriosa daquilo que o motor precisa. A propósito de musicalidade, registe-se que a aerodinâmica não consegue evitar a interferência dos retrovisores e um leve silvo em autoestrada.

O sistema híbrido, esse continua ao nível da referência com a luz do modo elétrico a acender muitas vezes (até com o cruise control ligado!) e o indicador de carga da bateria sempre muito vivo, numa condução descansada mesmo em bom ritmo. Não é surpresa e o pioneirismo da Toyota nesta solução foi sempre mais do que isso – evolução constante.

Em matéria de consumos, a solução continua a não deixar os seus créditos por mãos alheias. Em ritmo de passeio, com duas pessoas a bordo o Yaris Cross consumiu 5,2 l/100, fez mais de um terço do percurso em modo elétrico e o computador de bordo assinalava que a condução tinha sido 67% eficaz. Em autoestrada, com o cruise control nos 120 km/h, ficou abaixo dos 6 litros.

Completo pacote de equipamento

Um B-SUVconvincente  este Toyota Yaris Cross GR Sport que assume as diferenças estéticas com personalidade própria e sobriedade. A versão 1.5 Hybrid, com caixa e-CVT e 116 cv continua a proporcionar bons consumos. As prestações ficam-se pela normalidade, mas a dinâmica ajuda a tornar a condução muito agradável. Pena, o preço acima da expetativa.

A versão GR Sport, em termos de equipamento, contempla acesso mãos livres, botão de arranque, ar condicionado automático bizona, bancos dianteiros aquecidos e com ajuste lombar elétrico para o condutor, iluminação interior azul, head-up-display, volante multifunções, travão de parque elétrico, reconhecimento de sinais, cruise control adaptativo, deteção de ângulo morto e da aproximação traseira de veículos, sistema pré-colisão, alerta de saída de faixa, ecrã central com sistema de som JBL, conectividade sem fios, navegação, bluetooh, câmara de marcha atrás com guias, portão traseiro elétrico, máximos automáticos. A pintura é bicolor e as jantes exclusivas maquinadas e brilhantes de 18 polegadas.

A imagem do Toyota Yaris Cross ganhou força rapidamente e agora junta a quanto de positivo se sabia do seu motor, economia, comportamento e qualidade habitual uma versão com uma imagem GR Sport um nadinha mais desportiva. Sempre bem equipado, só o preço merece discussão.

FICHA TÉCNICA

Toyota Yaris Cross 1.5 Hybrid GR Sport

Motor: 1490 cc, três cilindros, injeção direta, ciclo Atkinson

Potência: 90 cv/5500 rpm

Binário máximo: 120 Nm/3800 rpm

Motor elétrico: síncrono magneto permanente (AC)

Potência: 80 cv

Binário: 141 Nm

Bateria: híbrida, iões de lítio (0,5 kWh)

Potência combinada: 116 cv

Transmissão: caixa e-CVT

Aceleração 0-100: 11,2 segundos

Velocidade máxima: 170 km/h (130 km/h em modo elétrico)

Consumo: média – 4,5 l/100 km (WLTP)

Emissões CO2: 101/113g/km (WLTP)

Dimensões: (c/l/a) 4172/1765/1560 mm

Peso: 1 150 kg

Bagageira: 390 litros

Preço: 33 280€