Uma questão de estilo e diferença, a pequena Shooting Break da Mercedes, associada à família CLA. Tem a vantagem da versatilidade naquela combinação de carrinha a namorar o coupé. Também custos em termos de habitabilidade traseira, claro. Mas deve ser difícil encontrar quem descubra mais motivos de crítica depois de uma experiência ao volante. E uma 220 d, com os seus 190 cv, parece-me o bastante… Pior é o preço: mais de 62 mil euros se enriquecer o equipamento. Claro, a exclusividade do premium.

Gosto dela desde a primeira hora. A combinação do automóvel versátil com um estilo desportivo original, é um casamento feliz. Mas gostos são isso mesmo e sei que há quem ache graça nenhuma… Não é para todos, por mais do que o preço.

Recentemente renovada a par com o três volumes da Classe A que lhe serve de base, ganhou 4,8 cm no comprimento e chega praticamente aos 4,70 metros. Mais importantes serão os 5,3 cm a mais na largura. Tudo isso combinado com um ligeiro abaixamento (2 mm) mexe com o perfil da CLA Shooting Brake que fica mais elegante, mais desportiva, até por as portas perderem as molduras das janelas.

Automóvel marcado pela opção do estilo esta CLA Shooting Brake que, com o Diesel 2.0 de 190 cv e a caixa automática de oito velocidades, revela receita equilibrada nas prestações e nos consumos. Cómodo, menos boa habitabilidade traseira, agradável de guiar é daqueles que cumpre e transmite confiança

O ambiente a bordo é marcado por aquele imagem high-tech dos novos painéis de bordo da Mercedes, o estilo e a função que o “velho” presidente da marca da estrela não teve dúvidas em chamar de Smartphone Mercedes quando o apresentou a jornalistas de todo o mundo. Uns sorrisos e pouco mais, pois a definição é feliz. Obviamente, a riqueza da oferta depende do gosto e do bolso do freguês. E desfrutar do pacote completo sai caro… no mundo do “Olá Mercedes”, com resposta para quase tudo e que faz esquecer aquela ideia de os comandos serem pouco intuitivos e o, para mim pouco prático, controlo por touchpad, ao estilo do rato de computador.

O resto é a qualidade exigível numa marca que se inclui entre as referências, mesmo que haja cada vez mais plástico nos seus automóveis. Mas, sem dúvida, há classe e requinte naquele ambiente que não perde o apelo desportivo. Os excelentes bancos dianteiros não uma ajuda, com todas as regulações para uma posição de condução à medida do ideal, mesmo que não seja o mesmo para todos.

Versatilidade compensa habitabilidade

A habitabilidade é um dos custos da Shooting Break, penalizada nos lugares traseiros pela inclinação do tejadilho, a qual se faz sentir também no acesso. A bagageira, comprida e baixa, ficou a ganhar com as alterações, principalmente ao nível da amplitude do portão, agora com mais 17,6 cm (!) e uma “boca” de 81,5 cm. De todo o modo, apesar da versatilidade de um banco traseiro tripartido (40x20x40) a altura do plano de carga ao tejadilho não faz desta Shooting Brake um automóvel para mudanças. O desnível  no plano de carga, muito alto, também não ajuda. A chapeleira é uma cortina acionável facilmente, como o portão, obviamente elétrico. Nota para o facto de haver espaço razoável para arrumos e uma boa caixa no apoio de braços dianteiro, a “fechar” a vistosa consola central.

Enquanto máquina é fácil aceitar que os 190 cv do motor 220d representam solução que encaixa bem neste Mercedes e assentam bem no estilo mais desportivo. Os números das prestações são bom exemplo disso: 7,2 de 0 a 100 e 237 km/h em velocidade de ponta. Os 400 Nm de binário são esclarecedores da capacidade de recuperação e da elasticidade do automóvel gerido por uma caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades que cumpre o seu papel a preceito: não revela hesitações, pode ter a ajuda das patilhas no volante, e contribui para uma condução mais descansada e agradável.

Segurança sempre presente

Suspensão rebaixada, nova afinação, mesmo em modo Sport esta Shooting Brake  nunca é um modelo daquela firmeza que penaliza o conforto. A  Mercedes continua fiel a um compromisso que consegue conciliar o conforto de um premium com a eficácia em curva que transmite gozo numa condução mais empenhada e sempre uma grande sensação de segurança. Haverá soluções mais desportivas, mas esta, garantidamente, é conseguida – e bem feita!

Em termos de consumo, os valores sempre atrativos de um Diesel que permitem médias de cinco litros aos 100 e na casa dos seis no percurso suburbano. Convincente!

A versão que conduzi tinha 11 900 euros de extras. Registe: pack premium, 4150 euros; pack AMG, 3700; teto de abrir em vidro, 1200: pintura metalizada, 950; jantes raiadas AMG de 19 polegadas, 750; vidros escurecidos, 400; integração do Smartphone, 400; navegação com realidade aumentada, 350. De origem, a oferta não dispensa a travagem de emergência, luzes em LED, acesso mãos livres, cruise-control, Dynamic Select, suspensão rebaixada, bancos desportivos aquecidos, portão traseiro elétrico, ar condicionado automático, Apple Car Play (apenas), assistente de estacionamento e câmara de marcha atrás, navegação, iluminação ambiente e o mais que é comum, principalmente num premium.

Automóvel marcado pela opção do estilo esta CLA Shooting Break que, com o Diesel 2.0 de 190 cv e a caixa automática de oito velocidades, revela receita equilibrada nas prestações e nos consumos. Cómodo, menos boa habitabilidade traseira, agradável de guiar é daqueles que cumpre e transmite confiança.

FICHA TÉCNICA

Mercedes CLA 220 d Shooting Brake

Motor: 1950 cc, quatro cilindros, turbodiesel, injeção commom-rail, start/stop

Potência: 190 cv/3 800 rpm

Binário: 400 Nm/1 600-2 600 rpm

Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades

Aceleração 0-100: 7,2 s

Velocidade máxima: 237 km/h

Consumos: combinado – 4,5/4,4 litros 100 Km; estrada – 4/3,8; urbano – 5,5/5,3

Emissões de CO2: 119/115 g/km

Bagageira: 505/1 370 litros

Preço: versão ensaiada, 62 354 euros; desde, 45 700 euros