Rosto do Duster ganhou expressão mais moderna (Foto Dacia Newsroom)

Silhueta inconfundível, simples e cada vez mais popular (Foto Dacia Newsroom)

Traseira bem elaborada e expressiva (Foto Dacia Newsroom)

Fora de estrada, versátil como poucos (Foto Dacia Newsroom)

Muito plástico, é verdade, mas boa montagem (Foto Dacia Newsroom)

Computador de bordo indica níveis de GPL e gasolina (Foto Dacia Newsroom)

Ecrã tátil de 8" contempla câmara de marcha atrás e navegação (Foto Dacia Newsroom)

Ligação do GPL no tablier, à esquerda do volante (Foto Dacia Newsroom)

Caixa de seis velocidades manual e modo ECO (Foto Dacia Newsroom)

Banco traseiro ligeiramente elevado e com espaço razoável (Foto Dacia Newsroom)

Depósito do GPL mantém os 445 litros de capacidade na bagageira (Foto Dacia Newsroom)

Novas óticas e grelha cromada marcam a "maquilhagem" (Foto Dacia Newsroom)

Flecha origina curioso rasto luminoso (Foto Dacia Newsroom)

Novo defletor aerodinâmico sobre o óculo traseiro (Foto Dacia Newsroom)

Barras no tejadilho são equipamento de série (Foto Dacia Newsroom)

ECO-G tem jantes em liga de 17" (Foto Dacia Newsroom)

Bocais dos depósitos lado a lado, atrás da mesma portinhola (Foto Dacia Newsroom)

O novo Dacia Duster mantém a oferta bifuel e o GPL continua a ter adeptos e a permitir economizar nos gastos em combustível. É uma combinação que faz do SUV da marca romena da Renault uma escolha interessante e combinando, como poucos, preço, economia e versatilidade invejável.

Nascido sob o chapéu da marca low-cost, a Dacia tem vindo paulatinamente a cimentar o seu espaço e a apresentar produtos com outra imagem, tanto no estilo como em matéria de qualidade. E a aproveitar, claro, de uma cada vez maior identificação com a Renault junto do público.

Neste quadro, o Duster é, sem dúvida, o ponta de lança do emblema, também porque aproveita das formas do SUV e, no caso, do facto de garantir uma versatilidade que nem todos eles oferecem, com capacidades acima da média para o fora de estrada (21,4 cm de distância ao solo), mesmo na versão de duas rodas motrizes, aquela que guiei.

Recentemente “remaquilhado”, ganhou novos grupos óticos, uma grelha retocada e cromada, piscas em LED e um novo defletor aerodinâmico traseiro. Alterações quase cirúrgicas que não lhe alteraram a imagem, a qual, mesmo datada, tem resistido ao tempo, aparentemente sem penalização. Está lá a ideia de robustez marcante num veículo deste preço e que, afinal, se afirma por isso mesmo, um automóvel apto para o lazer e o trabalho… Único senão, o facto de, agora, ser Classe 1 apenas com Via Verde.

Solução bifuel é importante argumento de economia num SUV que não tem parado de evoluir na perceção de qualidade, continua a ter preço concorrencial, e afirma-se como proposta de grande versatilidade também pela capacidade no fora de estrada

Ora, num produto assim faz todo o sentido a opção bifuel, a gasolina e o GPL que conta com um depósito de 49,8 litros… o qual permite grande autonomia antes de entrar ao serviço a “normal” que custa pouco menos do dobro (€0,841).

Proposta convincente, economia comprovada

Visto por este prisma, o Dacia Duster Eco-G, é esta a designação do bifuel motorizado pelo 1.0 três cilindros e 101 cv, pareceu-me uma convincente proposta para quem quer rolar sem pressa, nem a exigência de prestações brilhantes – vale 13,8 segundos na aceleração 0-100 e 168 km/h em velocidade máxima. O rendimento do motor é, claramente, outro, menos desenvolto (apesar do binário máximo a gás, 170 Nm, ser superior aos 160 Nm da gasolina) e o consumo também superior. Em 300 quilómetros, utilizando o modo Eco, quase sempre com quatro adultos a bordo e em ritmo de passeio, rolando em todo o tipo de vias, não consegui menos de 9,5 a GPL, o que me daria para fazer 524 quilómetros! Ou seja um custo da ordem dos €8 por 100 quilómetros.

Usando a gasolina, o computador de bordo indicou-me menos um litro na média, 8,5 L/100 km. Fazendo as contas e usando um valor médio de €1,514 para o preço da gasolina simples, concluímos que os mesmo 100 quilómetros custam €12,8, um pouco mais de 50 por cento. Se quiser outras contas, num ano em que percorra 10 mil quilómetros arrecada €480.

E a condução? Agradável, sentados, como de costume, em posição ligeiramente elevada, frente a um volante de boa pega, o qual comanda uma direção adequada às características do SUV equilibrado, alto e que, por isso, não impede algum balanceamento lateral da carroçaria. A suspensão tem aquele compromisso muito francês. Uma proposta honesta.

Muito plástico, outra ideia de qualidade

Tudo isto vive-se num carro com razoável conforto e que tem registado uma clara melhoria ao nível dos acabamentos e da qualidade percebida. É claro que o plástico continua a ser omnipresente no habitáculo, mas a opção por um material ligeiramente rugoso retira frieza ao tablier e permite um toque mais agradável. Os apoios de braços das portas são em pele sintética,  to quede conforto que casa com o bom gosto do tecido dos bancos, valorizados pela gravação Duster numa afirmação de personalidade naquele ambiente simples, sóbrio e de design linear.

A instrumentação é analógica, claro, há um computador de bordo que indica os consumos do GPL e da gasolina, bem como os níveis do depósito e a autonomia. A mudança de combustível, que passa despercebida, é feita numa tecla à esquerda do volante.

No que respeita ao infoentretenimento, um ecrã tátil de oito polegadas, para um sistema compatível com o Apple CarPlay e o Android Auto. Os menus não são muitos, mas não falta a navegação nem a câmara de marca atrás nesta versão…

Habitabilidade em bom plano, equipamento interessante

O espaço é razoável à frente e atrás beneficia da possibilidade de passar os pés sob os bancos dianteiros, o que permite outra comodidade para as pernas. Não há recosto central, o túnel é baixo, ainda assim, três passageiros não viajam com desafogo, nada que possa surpreender.

Quanto à bagageira, que tem no fundo o depósito redondo do GPL, oferece 445 litros de capacidade, valor aceitável. O banco traseiro rebate na proporção 60×40. O plano de carga é um nadinha alto, como acontece na generalidade dos SUV.

Em termos de equipamento, um pacote bem interessante: alerta de ângulo morto, câmara de marcha atrás, volante em couro, sensor de luz, faróis de nevoeiro, computador de bordo, ecrã tátil de oito polegadas, navegação, bluetooth, compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay, deteção da pressão dos pneus, ar condicionado automático com saídas para o banco traseiro, retrovisores elétricos com desembaciamento, barras no tejadilho, jantes em liga de 17 polegadas. A versão ensaiada contava com cartão mãos livres (€200) e câmara multiview (€350).

Em resumo, a solução bifuel é importante argumento de economia num SUV que não tem parado de evoluir na perceção de qualidade, continua a ter preço concorrencial, e afirma-se como proposta de grande versatilidade também pela capacidade no fora de estrada.

FICHA TÉCNICA

Dacia Duster Eco-G

Motor: 999 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, intercooler, GPL/gasolina

Potência: 101 cv/4 600-5 500 rpm

Binário máximo: 160 Nm/2 000-3 500 rpm (170 Nm a GPL)

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100 km: 13,8 segundos

Velocidade máxima: 168 km/h

Consumos: média – 6,4 l/100 km, gasolina; 7 l/100, GPL

Emissões CO2: 145 g/km, gasolina; 127 g/km, GPL

Dimensões: (c/l/a) – 4 341/1 804/1 693 mm

Distância ao solo: 21,4 cm

Peso: 1 331 kg

Bagageira: 445 litros

Preço:  €19 500, versão ensaiada; desde 18 950