Maior e mais largo, sempre o mesmo encanto (Foto Stellantis Media Center)

Distância entre eixos cresceu dois centímetros, mas habitabilidade traseira ganha pouco (Foto Stellantis Media Center)

Postura irrepreensível, apesar das dimensões e proporções (Foto Stellantis Media Center)

Imagem jovial e simples marcada pelo digital (Foto Stellantis Media Center)

Painel redondo contempla variada informação, entre ela os modos de condução (Foto Stellantis Media Center)

No ecrã central, o grafismo próprio dos elétricos e a informação necessária (Foto Stellantis Media Center)

Seletor de marcha num teclado simples a meio da moldura inferior do tablier (Foto Stellantis Media Center)

Modos de condução, travão de parque e volume do rádio na consola (Foto Stellantis Media Center)

Sob os comanos físicos da climatização, o carregador wirelless, com a graça da imagem de Turim (Foto Stellantis Media Center)

Aumento da largura beneficia condutor e passageiro (Foto Stellantis Media Center)

Cada vez mais uma marca, até dispensa a referência FIAT (Foto Stellantis Media Center)

A ideia de um piscar de olho para assinatura luminosa original (Foto Stellantis Media Center)

Só na traseira a identificação do eletrico, integrada no 500 (Foto Stellantis Media Center)

Porta de carregamento está atrás do lado esquerdo (Foto Stellantis Media Center)

É daqueles que facilmente caem nas graças. E não só porque por ser pequenino e engraçadinho. Um elétrico bem feito, este Fiat 500e, com a bateria de 42 kWh e 118 cv. Naturalmente, marca pontos no seu meio privilegiado, a cidade, mas mostrou-se capaz de cumprir nos percursos suburbanos. Os consumos são interessantes, a autonomia desafia a concorrência direta e o preço é aceitável: 29 300 euros.

Pareceu-me uma proposta muito séria para quem precisa de um citadino elétrico, mas também para aqueles que vivem fora, trabalham na cidade e fazem alguns quilómetros em via rápida e autoestrada. Foi esse maioritariamente o meu percurso ao volante do 500e e consegui uma média de 7,9 kWh aos 100 (inferior ao anunciado) em 170 quilómetros. Saí com 294 quilómetros de autonomia prometida no computador de bordo, tinha carga para mais 58 quilómetros quando concluí a experiência. Significa que teria percorrido 260 quilómetros, menos 43 do que os 303 anunciados (431 em cidade!), mas andei sempre em modo Normal, parte deste percurso foi realizado com quatro adultos a bordo e adotei um andamento que não foi exatamente de “pisar ovos”, mesmo que também não tenha exagerado.

Uma prestação honesta que, com certeza, seria melhorada com qualquer dos outros modos de condução: Range, aquele que nos faculta um e-pedal, prático, sobretudo, na cidade, e Sherpa, a solução capaz de garantir um consumo mínimo através da redução da potência (77 cv e velocidade máxima limitada a 80 km/h)  – útil nalgum desafio exagerado à autonomia…

Construído sobre uma plataforma específica para elétricos, que comporta a bateria entre os eixos, com mais 290 quilos de peso (1 330 no total), o 500e mantém o motor dianteiro, fica mais agarrado ao solo e comporta-se bem quando lhe exigimos que mostre aquilo de que é capaz. Posição de condução mais elevada do que o normal, não é um Abarth, claro, a direção podia ser mais direta, mas a frente respeita as ordens, até pode sentir-se que, em função da distância entre eixos, é possível  “jogar” um nadinha com a traseira e a carroçaria mantém assinalável firmeza. Divertido, se houver a tentação de desafiá-lo.

Um citadino com condições para vingar na oferta dos elétricos este Fiat 500e. Muito ágil,  fácil de guiar e divertido, qualidade assinalável, anda o suficiente, é económico e promete excelente autonomia. O preço é concorrencial

A filosofia não é essa, como está bem de ver, o 500e tem outros objetivos, mas a sua agilidade como que é “acicatada” pela prontidão na resposta ao acelerador, com a ajuda dos 220 Nm de binário máximo. E, afinal, ele consegue acelerar de 0 a 100 em 9 segundos (3,1 segundo de 0 a 50 km/h) – nos semáforos é “um tirinho”…

Ruídos aerodinâmicos num carro maior e mais largo

Confortável, o silêncio do motor põe a nu ruídos aerodinâmicos sensíveis, sobretudo atrás e se houver vento, e também um rolamento mais audível do que seria. A sonoridade da suspensão dá sinal de si quando o piso se degrada.

O novo 500, maior (+5,6 cm) e mais largo (6,1 cm) mantém o encanto das formas e as limitações do espaço. Com quatro pessoas a bordo, se os passageiros da retaguarda não baterem com os joelhos nas costas banco dianteiro, é porque quem se senta à frente vai mal instalado. Não há milagres, mesmo com mais dois centímetros na distância entre eixos. Lá atrás, é mais para crianças! Notável é a bagageira não perder capacidade, mantêm-se os acanhados 185 litros, mas os cabos de carga roubam espaço…

Quanto ao resto, um carro jovem e moderno, com muito plástico, obviamente, mas bem “maquilhado” e com acabamentos convincentes. A digitalização impera, conta com um painel de instrumentos redondo bem arrumado e um ecrã central suspenso. Os comandos do ar condicionado estão num teclado imediatamente abaixo e sobre a reentrância que recebe o carregador wirelesse para o telemóvel, sistema que serve também para a compatibilidade com os sistemas Android Auro e Apple CarPlay.

Na moldura inferior do tablier, uma das curiosidades, o sistema de teclas, prático, para controlar o sentido de marcha. Volume do rádio (cilindro rotativo bem largo), comandos dos modos de condução e travão de parque estão no extremo da consola que não liga ao tablier e integra o recosto de braços regulável longitudinalmente (um extra).

Outras curiosidades são o botão elétrico para abertura das portas, muito prático, e salvaguardado por um sistema mecânico, junto à bolsa de arrumação, não vá o diabo tecê-las… e o encaixe que recebe a chave na caixa da consola, já que o arranque é feito num botão start/stop

Carga rápida a 85 kWh em 35 minutos

No que respeita ao carregamento, é possível a carga rápida a 85 kW, a qual garante em 35 minutos 80 por cento da capacidade ou 50 quilómetros em cerca de cinco minutos. Recorrendo aos 11 kW de corrente alternada, conte com quatro horas e um quarto. Com wallbox, se dispuser de 7,4 kW bastam cerca de seis horas. Numa tomada caseira de 3 kW precisará de 15 horas e meia.

A versão que guiei foi a Icon que contempla rádio com ecrã tátil NAV 10,25″ com Uconnect Services, painel de instrumentos a cores TFT 7″, ar condicionado automático, regulação manual dos bancos dianteiros, sensores de luz e chuva, Jantes em liga leve de 16″, faróis traseiros e luzes de presença diurnas em LED, reconhecimento de sinais de trânsito, sensor de deteção de fadiga, travagem autónoma de emergência com deteção de peões e ciclistas, aviso de transposição de faixa plus e cruise control inteligente. Em termos de extras, além da pintura metalizada (€650), cabo de carregamento 3 (€382), saco para cabos (€40), banco traseiro rebatível 50×50 (€200); Pack Eye Park – retrovisores elétricos, com desembaciamento e sensor de temperatura, câmara de estacionamento com guias, sensores de estacionamento 360 graus, detetor de ângulo morto e seis altifalantes (€1 000); Pack Confort Seats – apoio de braço dianteiro, consola fechada com armazenamento, regulação manual dos bancos dianteiros em seis modos (€350).

Um citadino com condições para vingar na oferta dos elétricos este Fiat 500e. Muito ágil,  fácil de guiar e divertido, qualidade assinalável, anda o suficiente, é económico e promete excelente autonomia. O preço é concorrencial.

FICHA TÉCNICA

Motor: assíncrono de íman permanente, dianteiro

Potência: 118 cv

Binário: 220 Nm

Bateria: 42 kWh

Transmissão: velocidade única

Aceleração 0-100: 9 segundos (3,1 s 0-50 km/h)

Velocidade máxima: 150 km/h

Consumo médio: 14,7 kW/100 km

Carregamento: tomada doméstica, 15,30 horas; wallbox 11 kW, 4,15 horas; 80% em posto rápido de 85 kWh, 35 minutos

Autonomia (WLTP): ciclo combinado, 303 km; ciclo urbano, 431 km

Peso: 1 330 kg

Dimensões: (c/l/a) – 3 632/1 683/1 527 mm

Bagageira: 185 litros

Preços: €32 922, versão ensaiada; €29 300, versão base