Ninguém resiste a deixar passar, a força "vê-se" e impressiona (Foto Newsroom Lexus)

Equilíbrio notável nas proporções e muita elegância (Foto Newsroom Lexus)

Agarrado ao chão por uma traseira entre a escultura e a arquitetura (Foto Newsroom Lexus)

Fechado continua a manter as virtudes estéticas (Foto Newsroom Lexus)

Filosofia Lexus e grande rigor para imagem com a classe feita simplicidade (Foto Newsroom Lexus)

Volante bem dimensionado e um painel digital conhecido (Foto Newsroom Lexus)

seletor ergonómico para as dez velocidades comandáveis pelas patilhas no volante (Foto Newsroom Lexus)

Consola integra no tablier uma prática pega para o passageiro (Foto Newsroom Lexus)

Uma alça garante a correta posição do cinto de segurança (Foto Newsroom Lexus)

Bancos cómodos, muito recetivos e com o apoio necessário (Foto Newsroom Lexus)

I

imagem de família, a grelha vinca grande expressão (Foto Newsroom Lexus)

Órticas dianteiras resultam em solução de apurado design (Foto Newsroom Lexus)

Originalidade também nas luzes traseiras, rasto luminoso invulgar (Foto Newsroom Lexus)

Saídas de escape retangulares bem encaixadas na carroçaria (Foto Newsroom Lexus)

Defletor como que esculpido na tampa da mala passa despercebido (Foto Newsroom Lexus)

Tinha de ser: puxadores são escamoteáveis. em prol da pureza da forma (Foto Newsroom Lexus)

Jantes espetaculares de 21 polegadas para o F Sport Plus (Foto Newsroom Lexus)

Rede corta vento está disponível para aumentar o conforto de capota aberta (Foto Newsroom Lexus)

Capô bem recheado e debaixo da tampa o magnífico e "sinfónico" V8 de 464 cv (Foto Newsroom Lexus)

Portentoso, obra de arte da engenharia automóvel plasmada num descapotável de pureza a que é difícil ficar indiferente. A nobreza de um V8 “sinfónico”, orquestra afinada a ponto de nos levar também às emoções sensoriais da máquina, faz do Lexus LC 500 automóvel para os registos dourados de uma era à beira do fim. Um requiem dos “compositores” japoneses pelos automóveis com motor de combustão. Haja memória, porque a experiência vai ficar para a história… Que grande automóvel; dá choque e não é elétrico…

O gosto é algo de muito pessoal, mas não resisto a julgar pelos olhos dos outros, daqueles que pararam para olhar e remirar este Lexus, ou o acompanharam na estrada para lhe “tirarem as medidas”. Pareceram-me, por isso, ser muitos os que pensam como eu, um belíssimo automóvel este grande descapotável da Lexus. Pode ser à medida americana, árabe também, mas fica bem em qualquer lado. É como as jóias famosas, tem o toque do intemporal. E mais porque até um garoto, num posto de gasolina, veio ter comigo e pediu: não se importa de acelerar? Fiz-lhe a vontade. E gozou tanto como os outros que “despertaram” com o fortíssimo do recital inesperado do motor…

E vou dispensar-me da análise pormenorizada. Foi desenhado com alma e depois esculpido com o rigor da paixão pela forma, é uma peça, e aos pormenores do artista junta retoques de arquiteto brilhante. Homenagem a tudo quanto o Japão tem de genial nestas áreas. Mesmo quem não for fã incondicional dos descapotáveis, como eu, vai render-se ao espetáculo da peça. Impressionante. “É mesmo bonito”, disseram-me várias vezes. Estou plenamente de acordo.

O interior acompanha a mestria exterior com o talento dos artesãos japoneses que revestem de requinte o design simples. Pele, no caso camel, dois tons, um fio cromado, e até a pele virada a cobrir o painel de instrumentos herdado dos grandes Lexus, digital, com o círculo móvel do velocímetro. Acabamento irrepreensível, bancos super cómodos e, claro, bem recetivos, a grande consola que divide o carro ao meio até aos pequenos lugares traseiros – pequenos demais para 4,74 metros de automóvel. Custa a aceitar.

Descapotável impressionante, o Lexus LC 500 F Sport Plus pelo estilo muito conseguido, requinte e classe do ambiente interior, mas sobretudo pela nobreza do magnífico V8 de 5.0 litros com 464 cv e um binário de 530 Nm, que lhe permite resposta vibrante ao acelerador, é um grande automóvel!

Felizmente o ar condicionado tem comandos físicos. Mas há minudências a merecer reparo, porque nem tudo é perfeito nos grandes automóveis. Havia necessidade do vidro ao longo do tablier a cobrir o ecrã central e até o relógio analógico? Talvez não, até porque com muita luz aquilo não facilita a leitura. Escapam sempre algumas coisas. E o que continua a escapar é uma solução mais simpática, grafismo incluído, para o infoentretenimento à altura da capacidade tecnológica reconhecida aos japoneses e ao grupo Toyota. Também não simpatizo com touchpad ao estilo do portátil, que nos faz usar o dedo para controlar as opções do ecrã. Pouco prático. Com tempo, chega-se lá, claro…

Capota de luxo para “tapar” requinte e classe

A vivência de automóvel assim tem, obrigatoriamente de passar pela capota, que limita a bagageira a 197 litros de capacidade – duas pequenas malas de de fim de semana… Quatro camadas de lona, acabamento de luxo, mecanismo que descobre o carro em 15 segundos e leva 16 no movimento contrário. Funciona em movimento atá aos 50 m/h e é o espetáculo conhecido em funcionamento. Capota que assenta bem ao LC e o faz brilhar também “fechado”, comanda-se na consola, num interruptor, coberto por uma tampa, na consola, para tornar ainda mais minimalista aquele interior em que sobra o sóbrio seletor da caixa, a tecla “Hold” do travão, o tal touchpad, um botão para o volume do rádio e complemento das teclas de atalho para o ecrã. E, claro, um volante multifunções bem dimensionado, sem grande artifícios mas simpático à vista.

É difícil ser indiferente a tudo isto, mas quando se carrega no botão da ignição, vem à tona outra realidade. O troar dos oito cilindros e aquele convite irresistível levam quem gosta de automóveis para outra dimensão. O acelerador é para “acariciar”, sob pena daquele binário de 530 Nm nos alertar para uma capacidade que tem de ser domada, o que não retira, longe disso, um mínimo de  prazer à facilidade de condução da “besta” nem impede a suavidade do seu rolar ao ritmo do trânsito citadino ou do passeio a ver o mar.

Dez velocidades numa combinação original

A caixa automática de dez velocidades – combinação original entre uma CVT e uma caixa automática normal! – poupa-nos a música das transmissões de variação contínua. Em Drive responde sem sobressaltos e no modo manual, situação em que simula o efeito de dupla nas reduções, oferece até uma rapidez digna de registo, mesmo que não seja de espantar. Mas a diversão é outra quando se tem um carro capaz de acelerar de 0 a 100 em 4,7 segundos e que chega aos 270 km/h. E que, como se calcula, com grande facilidade atinge velocidades proibitivas sem nos deixar a noção dos números marcados no velocímetro.

Trabalhado no sentido de oferecer uma rigidez torsional que nos faz esquecer que guiamos um descapotável, sem dispensar o autoblocante o Lexus LC 500 C é um tração traseira com um comportamento saudável e os mais atrevidos podem lamentar que não seja possível cortar completamente as ajudas eletrónicas. Mas pensem quem são os proprietários-tipo de um descapotável assim…

Essencialmente, estamos face a um grande rolador, capaz, no entanto, de se mostrar desembaraçado numa estrada de montanha, onde pode impressionar em curva e mais ainda na reserva de potência disponível na saída, apesar das mais de duas toneladas de peso. É impressionante, para mais quando a música do motor “enche” o habitáculo e convida a esquecer tudo e, optando pelo modo manual,  simplesmente, guiar… e fruir a nobreza e a capacidade de um magnífico V8.

A direção dá uma ajuda, mas, sobretudo, os travões, grandes discos ventilados “dentro” das jantes de 20 polegadas, seis pinças à frente e quatro atrás, alimentam a confiança e correspondem às expetativas, porque as coisas podem passar-me mesmo depressa. A receita adequada.

Consumos à medida da capacidade do V8

E consumos? Bem, impressiona saber que o carro pode gastar 7,3 litros aos 100 aceitando os 120 km/h do limite e desafiando a paciência e o sono o carro parece parado… Em ritmo mais vivo, por estradas secundárias e com tráfego à mistura, 15 litros aos 100 serão naturais. Se o desafiar e quiser divertir-se com o modo manual, os dois dígitos terão, facilmente, um dois à frente! Obviamente isso não deve preocupar muito quem pode dar, no mínimo, os 186 000 euros da versão luxury, menos equipada, que pouco preferirão à F Sport Plus que custa 189 000 euros…

Descapotável impressionante, o Lexus LC 500 F Sport Plus pelo estilo muito conseguido, requinte e classe do ambiente interior, mas sobretudo pela nobreza do magnífico V8 de 5.0 litros com 464 cv e um binário de 530 Nm, que lhe permite resposta vibrante ao acelerador, é um grande automóvel!

Em termos de equipamento, o suficiente a este nível, como suspensão adaptativa variável, seis modos de condução, travões controlados eletronicamente, sistema pré-colisão e alerta de manutenção em faixa, detetor de ângulo morto, radar cruise-control, head-up-display, ecrã de 10,3 polegadas com navegação, sistema áudio surround Mark Levinson com 13 altifalantes, jantes de 21 polegadas. Surpreende a falta de um carregador wireless.

A título de curiosidade, estão vendidos três em Portugal.

FICHA TÉCNICA

Lexus LC 500 Cabrio F Sport Plus

Motor: V8, 4969 cc, injeção direta

Potência: 464 cv/7100 rpm

Binário máximo: 530 Nm/4 800 rpm

Transmissão: caixa automática de dez velocidades, modo sequencial com patilhas no volante

Aceleração 0-100: 4,7 segundos

Velocidade máxima: 270 km/h

Consumos: combinado – 11,6 litros/100 km; extra-urbano – 8,1; urbano – 17.6

Emissões CO2: 275 g/km

Peso: 2 045 kg

Dimensões: (c/l/a)  – 4 770/1 920/ 1350 mm

Bagageira: 197 litros

Preço: €189 000