Dianteira muito identificada com o Captur (Foto Newsroom Renault)

Luzes identitárias numa traseira personalizada (Foto Newsroom Renault)

Elegância francesa no primeiro SUV coupé de um generalista (Foto Newsroom Renault)

Proporções equilibradas para automóvel com 4,58 metros (Foto Newsroom Renault)

Evolução conseguida sobre um estilo conhecido (Foto Newsroom Renault)

Informação própria de um híbrido em painel digital a cores (Foto Newsroom Renault)

Caixa multimodos tem seletor com boa ergonomia (Foto Newsroom Renault)

Cruise control, limitador e assistente de condução em autoestrada controlam-se no volante (Foto Newsroom Renault)

Acabamento em imitação de carbono valoriza o tablier (Foto Newsroom Renault)

Pespontado em vermelho é usado também no forro das portas (Foto Newsroom Renault)

Além das tomadas habituais, consola contempla carregador wireless (Foto Newsroom Renault)

Consola integra apoio de braços que cobre pequena caixa para arrrumos (Foto Newsroom Renault)

Bagageira tem 480 litros de capacidade e os bancos rebatem na proporção 60x40 (Foto Newsroom Renault)

RS Line surge pela quarta vez e ajuda à diferença (Foto Newsroom Renault)

Jantes sombreadas com uma barra vermelha, solução original (Foto Newsroom Renault)

Designação que vem da Coreia do Sul e arrancou na Rússia (Foto Newsroom Renault)

Conforto superior e grande agradabilidade de condução num automóvel que se distingue pela estética, cumpre no espaço e marca pontos pela solução híbrida. Parecem muito elogios mas é a imagem que fica do Renault Arkana Hybrid, uma convincente realização da marca francesa. Mais impressiva ainda na versão RS Line, acabamento em que nos sentimos bem. Custa 39 220 euros.

Já conta pouco ter sido feito a pensar na Rússia e ser fabricado na Coreia do Sul. O triplamente híbrido Arkana (há dois Mild Hybrid a completar a gama), foi adaptado para a “nossa Europa” e na versão topo de gama, o full Hybrid de 145 cv defende muito bem a diferença de ser o primeiro SUV coupé de um construtor generalista e com isso trazer mais uma novidade ao segmento C.

Partilha plataforma e sistema com Captur e Clio, mostra muito do primeiro na dianteira, mas o perfil e a traseira definem um automóvel muito personalizado que até se aproxima do Kadjar, superando-o na originalidade. E a vantagem de ser o primeiro pode valer dividendos, a avaliar por aquilo que vamos ouvindo.

A Renault combina no diferente Arkana E-TECH uma oferta estética original no segmento com uma receita híbrida comprovadamente eficaz. Conforto, espaço, agradabilidade de condução e economia complementam a receita de um híbrido a merecer muita atenção

Mas gostos são isso mesmo, não se discutem, cada um tem o seu… e este Arkana é um híbrido para levar muito a sério, sobretudo pelo acerto que a Renault vem demostrando na solução híbrida, já aqui sublinhado na condução dos modelos que utilizam a mesma solução.

Caixa multimodos tem 15 configurações

Solução que passa pela combinação do bloco1.6 a gasolina com 94 cv com o motor elétrico de 49 cv e o motor gerador de 20 cv, o que representa a potência combinada de 145 cv, gerida por uma caixa denominada e-Tech e que proporciona 15 configurações diferentes, não entenda por 15 velocidades. Conta com uma bateria de iões de lítio de 1,2 kWh, localizada sob a bagageira, e promete um consumo médio combinado de 4,9 litros aos 100 com emissões de 108 g/km. Em modo cem por cento elétrico pode circular até aos 75 km/h.

A filosofia não é a de um híbrido de temperamento desportivo, logo a potência deixa isso claro, mas, ainda assim, registe que este Arkana, que impressiona pelo conforto (e impressiona também quem viaja atrás), tem um comportamento em curva que não põe em causa a marcante suavidade da marcha, o que só se percebe quando damos conta, no velocímetro, de que as coisas se passam mais depressa do que pensamos,

Excelente o equilíbrio conseguido pela Renault com esta plataforma. Muito à vontade com as transferências de massas nas zonas sinuosas, mesmo que o ESP intervenha cedo, a direção seja menos direta sem deixar de ter o peso adequado, este Arkana convence, transmite segurança e merece que nas nossas reflexões se pense: ora aí está um SUV bem feito!

As prestações andam pela vulgaridade, com os 10,8 segundos na aceleração 0-100 e os 172 km/h de velocidade máxima, mas a verdade é que nem sentimos a necessidade de mais.

Os modos de condução são a escolha habitual do Muiti-Sense: My sense, Hybrid e Sport, a forma de explorar toda a vivacidade de que este Arkana é capaz. Mas também é aí que vamos encontrar o aspeto que menos nos impressionou, o trabalho da caixa multimodos sem embraiagem e sincronizadores. Apesar de a Renault reivindicar ensinamentos recolhidos na Fórmula 1, a eficácia é menos brilhante, a aceleração é acompanhada de algumas hesitações e outro nível de ruído, que não sentimos, por exemplo, na opção My Sense – gere automaticamente a eficácia do sistema – ou quando a toada respeita aquele tipo de condução mais normal para o cliente tipo de um Arkana Hybrid.

Bons consumos e regeneração convincente

E, para esses, importante será saber que num passeio de fim de semana, com quatro pessoas a bordo, o computador de bordo assinalou 4,8 litros aos 100. Em autoestrada, 120 km/h “cravados” no cruise-control, é possível conseguir a média de 6,5. Nas contas finais, os valores apontavam para 6,3 litros aos 100, isto sem muita cidade, meio onde a Renault admite ser possível circular cerca de 80 por cento da distância em modo elétrico. Exagero? Talvez não tanto, quando damos conta da capacidade de regeneração do sistema, que utilizei, na maior parte do tempo, com o reforço da recuperação de energia pela desaceleração e travagem (modo B).

Em termos estéticos a estruturação do design em 4,58 metros de comprimento, com 2,72 m entre eixos, segue a filosofia da família. Os destaques vão, à frente, claramente inspirada no Captur, para o logo maior da Renault, enquadrado em painéis cromados, e para um para-choques que ganha robustez com uma expressiva placa protetora. Os faróis em LED apresentam a familiar assinatura luminosa em C.

A tradicional faixa luminosa ao longo do portão, unindo as luzes também elas em C marca a traseira, conferindo-lhe a imagem identitária do construtor francês. Não falta a barra de proteção no remate do para-choques ea dupla ponteira de escape.

Linha de cintura elevada, tejadilho em curva acentuada de forma elegante, o Arkana não precisa de ser muito esculpido para transmitir a ideia de compacidade e apresenta uma bem encaixada embaladeira escurecida que valoriza o perfil de um SUV com distância significativa ao solo, 20 cm (!), mas não parece plantado em cima das rodas, umas jantes sombreadas, neste caso de 18 polegadas.

É uma imagem chamativa, num daqueles SUV que vão agradar aos adeptos do estilo, sugestionados também pelo acesso a uma solução até aqui exclusiva de alguns premium, a diferença das formas do coupé de quatro portas declaradas, isto é sem fechos camuflados à retaguarda.

Ambiente agradável e bastante equipamento

Imagem que casa bem com o conseguido ambiente no habitáculo, vincadamente Renault, claro, no qual a digitalização completa enriquece um tablier bem desenhado, moderno e com qualidade percebida assinalável. Destacam-se, no RS Line, os acabamentos a imitar o carbono, uma contrastante fina faixa vermelha que se prolonga pelas portas, bancos em pele e tecido e, claro, o pespontado vermelho, também aplicado nas portas. O plástico não choca e é almofadado onde se exige.

Em termos de espaço, razoável à frente, bom atrás – a Renault diz ser referencial.  Apenas um reparo: a inclinação do tejadilho não penaliza a habitabilidade em termos de altura, mas o acesso e a saída obrigam a dobrar o pescoço. Não é caso único nestes SUV coupé.

Em termos de equipamento, são de série faróis full LED com comutação automática, cartão-chave com sistema mãos livres, travão e parque elétrico com uto-hold, regulador de velocidade adaptativo e limitador, ar condicionado automático, painel de instrumentos digital a cores, alerta de ângulo morto, sistema multimédia com navegação e som Bose câmara de marcha atrás, assistente de estacionamento, assistência à condução em autoestrada, Renault Multi Sense (três modos de condução), iluminação interior personalizável, bancos em pele e alcantara, os dianteiros aquecidos e com regulação elétrica, vidros escurecidos, jantes de 18 polegadas.

A Renault combina no diferente Arkana uma oferta estética original no segmento com uma receita híbrida comprovadamente eficaz. Conforto, espaço, agradabilidade de condução e economia complementam a receita de um híbrido a merecer muita atenção.

FICHA TÉCNICA
Renault Arkana E-TECH 145 RS Line
Motor: 1598 cc, gasolina 4 cilindros, injeção multiponto
Potência: 94 Cv/ 5600 rpm
Binário: 144 Nm/ 3200 rpm
Motores elétricos: 49 cv (205 Nm)+ gerador de 20 cv (50 Nm)
Bateria: Iões de lítio, 1.2 kWh
Potência combinada: 145 cv
Transmissão: caixa automática multimodo (15 configurações)
Aceleração 0-100 km/h: 10,8 s
Velocidade máxima: 172 km/h
Consumo: misto – 4,9 l/100 km (WLTP)
Emissões (CO2): 111 g/km
Dimensões: (c/l/a) 4658/1821/1576 mm
Peso: 1533 kg
Bagageira:  480/1263 litros
Preço: €39 220; ofertas desde €31 605